A emoção do primeiro Dolmã

Quando se é criança acredita-se que as roupas podem virar mantos protetores, algo que nos fornece coragem e as vezes poder. O Dolmã de um cozinheiro não é apenas sua capa protetora, mas também a representação do seu respeito para a comida, para os seus colegas de trabalho e principalmente para a sua profissão, onde deve ser sempre apresentado impecavelmente limpo e passado. Quando a minha professora de gastronomia básica começou a descrever e enumerar todas as coisas que deveríamos providenciar(mais de uma folha de coisas), a primeira reação da turma foi de completa satisfação e orgulho, como aspirantes da gastronomia nos sentimos merecedores desse manto.

Comprar meu uniforme foi algo engraçado, porque a menor numeração da loja (PP), ficou extremamente grande, parecendo um saco de batatas. Minha mãe tratou logo de dar um jeitinho, apertando e diminuindo a perna da calça e cortando o avental. Só que o melhor de tudo foi o sapato, porque além de feio (não vou nem postar foto), consegui apenas um que era um numero maior que o meu, mas como meu pai disse: nada que uma meia grossa não resolva,e resolveu.

Voltando para a minha professora, ela disse algo que se torna pertinente e inesquecível: tudo na cozinha tem um porque. O brasão da instituição de ensino para expressar orgulho e orientar qual mão você segura a faca, o sapato feio que tem ponteira para te proteger de algo cortante(faca) que ouse cair no seu pé, o avental branco por higiene e para diferenciar os "soldados rasos" do Chef, as facas que variam de polegada para ter um encaixe perfeito em cada mão e o Dolmã manto sagrado de todos os cozinheiros, onde aumenta-se a sua importância quando do lado do coração vem bordado o nome que você escolheu para ser lembrado ao praticar essa arte.